Crítica: Rabbits


[Turn off your brain]


Rabbits (Rabbits, 2002) não conta história nenhuma, mostra cenas avulsas e frases totalmente sem-sentido com a intenção que não se conhece. David Lynch (Coração Selvagem, O Homem Elefante) consegue não dizer absolutamente nada durante 43 minutos, porém, a única coisa que se percebe é que é justamente isso que se deseja fazer, portanto, aplausos.

Inicia-se o filme com três coelhos numa sala, conversando sobre algum problema que não se sabe qual é, e, para quem em cinco minutos entende o propósito do filme, sabe que continuará não entendendo nada até o seu fim. Com frases curtas, secas, sem ligação e nexo, os três personagens praticamente propõe um jogo de detetive, convocando a quem assiste a tentar adivinhar o que tudo aquilo quer dizer: Quando os coelhos entram pela porta, se aplaude; Quem é o homem do casaco verde?; Qual o real problema existente com o coelho macho?; O que querem dizer as frases repetidas?; O telefone toca, e o coelho fica mudo; e por aí vai imaginação afora. Tem-se um pouco de horror, suspense e mistério (lê-se: macabro), além da comédia que só existirá àqueles que realmente desligarem seus cérebros ou até esquecerem que o tem.

Totalmente nonsense, as cenas transpostas mais parecem um amontoado de episódios, com cortes e propósitos distintos. Em certos momentos, as risadas de auditório podem fazer o espectador acreditar que há realmente alguma comédia em determinadas falas, levando-o a imaginar que somente ele é incapaz de compreender o propósito geral.

Neste ritmo segue-se até o fim, que corresponde a todo o filme. Embora seja instintivo tentar entender o que se passa, não recomenda-se tal atitude, apenas veja, ria e, quando acabar, vá lavar a louça.

[Turn on your brain].






 

©Copyright 2010-2013 Cinemarco Críticas