Crítica: Colateral



Um filme pode ter muitos objetivos, ele pode ser um passatempo no qual situações casuais são trazidas à tona na busca de associação direta com o espectador, o filme pode ser uma jornada ao desconhecido aonde você tenta descobrir o objetivo do filme, o filme pode ser denso e buscar associar imagens a coisas intocáveis da consciência humana.


É
claro que o filme pode ser tudo isso, porém na maioria das vezes não o será para todo mundo, infelizmente.

Colateral (Collateral, 2004) é para mim um filme que atinge vários objetivos, incluindo os três mencionados acima. O filme tem o aspecto de uma jornada, ou talvez duas, que se cruzam e trazem à tona uma explosão de sequências de ação muito bem montadas e paralelamente, uma seqüência de dúvidas que conscientemente, ou não, fazem parte da vida de todos nós neste nosso pequeno mundo ocidental.

O taxista que faz planos de ascender na vida através do trabalho duro, montar uma empresa e conquistar o sucesso, e do outro lado, o matador que não vê sentido no esforço em busca de um ideal recheado de símbolos que para ele nada representam. Nesse sentido o que é a morte de mais um criminoso? o que é a morte de mais uma pessoa que nada acrescenta ao mundo? o que seria a própria morte num mundo onde os ideais da sociedade não existem?

Essa colisão pode definitivamente gerar um efeito colateral em qualquer pessoa, especialmente se os dois eixos da trama estão conectados de forma real, ou seja, por algemas e assassinatos, e por uma ligação mental, os dois ao mesmo tempo pensam, "eu posso estar errado".

Ao fim sobra um pouco de tensão e uma dúvida para o espectador mais atento, ou, apenas mais um bom filme de entretenimento, que não deixa de valer a pena.

Depois de tudo isso talvez nem seja tão interessante falar dos aspectos técnicos, o diretor é técnico (Fogo contra Fogo, O último dos Moicanos), o roteirista é técnico (Piratas do Caribe), os atores são bons e auxiliados por bons técnicos tiraram o melhor de si, porém o texto abstrai a técnica de forma surpreendente, inexplicável e talvez imperceptível- para muitas pessoas.



 

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